quarta-feira, março 02, 2011

A importância do auto perdão

por André Lima


É certo que todos nós já cometemos erros no passado, e mais certo ainda que cometeremos vários outros até o final das nossas vidas. E é bastante comum depois de cada erro cometido surgirem sentimentos de raiva de si mesmo, culpa e arrependimento. Não bastasse o prejuízo causado pelo erro cometido, a nossa mente começa a criar uma negatividade adicional remoendo nossos erros em diálogos mentais carregados de emoções que nos causam sofrimento. Você pode começar a dizer mentalmente para si próprio “Eu fui muito burro! Como pude permitir isso? Como posso cometer o mesmo erro tantas vezes? Se arrependimento matasse... Se eu pudesse voltar no passado... Quanto sofrimento me causei. Quanto sofrimento causei para outras pessoas. Parece que eu nunca vou aprender. Eu mereço mesmo é sofrer”.


Quem nunca teve diálogos consigo mesmo nesse teor? São falas mentais do ego que revelam culpa, raiva, arrependimento, tristeza, mágoa de si mesmo e necessidade de autopunição.


Esses sentimentos surgem como uma forma de nos fazer aprender algo para que a gente não repita o mesmo erro. Através do sofrimento algumas pessoas aprendem importantes lições. No entanto, é importante entender que não é preciso sofrer para aprender. O ego é mestre em criar sofrimento e justificá-lo para que você acredite que é realmente necessário carregar tudo aquilo. O importante, na verdade, é reconhecer o erro, aprender com ele e seguir em frente. Assim o sentimento negativo torna-se desnecessário pois o único objetivo do sofrimento é trazer aprendizado. Por isso o ideal seria que aprendêssemos rapidamente após um erro, e que ao mesmo tempo soltássemos os sentimentos negativos. Uma frase que poderia resumir esse padrão mental seria: Sempre que cometo um erro, eu aprendo o que posso, me perdôo, e sigo em frente.


No entanto o padrão mental que a mente carregada de negatividade cria é como se dissesse o seguinte: “Sempre que eu erro, eu fico com muita raiva de mim mesmo, me culpo, sinto arrependimento, me causo bastante sofrimento, pois quem sabe assim eu deixo de ser essa besta quadrada e começo a fazer algo na vida que preste.” A mente é um juiz muito severo se você der atenção e energia para esses pensamentos. E quantas pessoas não carregam esses pensamentos e sentimentos durante uma vida inteira?


A raiva de si mesmo e a culpa aparecem como uma forma inicial de autopunição. Como posso cometer um erro e sair com a consciência tranqüila? Preciso sofrer para pagar pelo erro e aprender! É o que diz o ego inconscientemente. Além dessa punição inicial que nos impomos, vamos dar um jeito de nos castigar ainda mais, também de forma inconsciente. Esse é um mecanismo doentio de provocar sofrimento para si próprio para ‘aliviar a consciência’. Tem relação como o texto anterior que escrevi sobre “A busca inconsciente pelo sofrimento”. Conforme já expliquei em outros artigos, as emoções negativas tem vida própria, desejam sobreviver e se alimentar. Sendo assim, a raiva vai procurar criar novas situações para que você sinta raiva de si mesmo. A culpa vai criar situações para que você se sinta mais culpado. Tudo acontecendo de forma silenciosa no seu interior, influenciando seus pensamentos e ações, e causando um grande estrago nas nossas vidas. E a cada nova situação que surge, a emoção negativa lhe convence que ela está certa em estar ali criando aquele diálogo mental severo.


E como seria essa auto punição inconsciente? Vem em forma de atitudes negativas com relação a você mesmo: perda de oportunidades, preguiça e falta de coragem para fazer coisas que poderiam melhorar a sua vida, surgem sentimentos de não merecimento, vontade de comer em excesso prejudicando a própria saude, escolhas erradas nos relacionamentos e na vida profisisonal e etc...


Dessa forma, o sofrimento, que na teoria surgiu para que você aprendesse e cometesse menos erros, acaba levando você a se punir, e assim cometer mais erros trazendo mais sofrimento para você e para pessoas próximas.


Entender esses mecanismos podem fazer como que você solte a negatividade e se perdoe mais facilmente, pois agora é possível compreender as razões egóicas inconscientes e sem fundamento que estávamos usando para nos manter apegado aos sentimentos negativos.


Entretanto, mesmo sabendo disso racionalmente, é provável que ainda seja difícil se perdoar verdadeiramente, sem ser apenas da boca pra fora. Assim nós podemos usar a EFT para conseguir essa liberação de uma forma infinitamente mais rápida e profunda para que você sinta verdadeiramente o auto perdão, e que não seja apenas algo do conhecimento intelectual. No próximo texto vou dar mais detalhes de como usar a EFT para chegar a esse resultado, com instruções mais específicas e exemplos de frases a serem utilizadas.


Os pontos que espero deixar claro nesse texto são os seguintes:
1) O sofrimento causado pelos erros servem apenas para gerar aprendizado. Por isso, reconheça o erro rapidamente, aprenda rápido solte a negatividade. O ideal é aprender sem precisar sofrer;
2) O ego e as emoções negativas que estão torno dele vão tentar lhe convencer a todo custo a manter o sofrimento, pois cada emoção deseja sobreviver e se alimentar;
3) Carregando esse sofrimento, você tenderá a se auto punir, e isso trará mais sofrimento para a sua vida e para a vida de outras pessoas. Resumindo, não há qualquer vantagem em não se perdoar, pelo contrário, mais sofrimento é gerado.


Abraços,

André Lima - www.eftbr.com.br